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domingo, 27 de março de 2011

O Design se une à Indicação Geográfica

'Pinga ni mim' é o título da matéria escrita na Revista o Globo de domingo 27 de março de 2011, por Mariana Filgueiras, sobre a coleção de rótulos de cachaça do designer carioca Egeu Laus, em exposição no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.


Exposição "Caprichosamente engarrafada: rótulos de cachaça"Imagem obtida no Blog Koleções

A coleção reúne um acervo de mais de dois mil rótulos de cachaça, que refletem a história do design gráfico nacional anterior aos anos 50. Além dos títulos divertidos escolhidos para as marcas das cachaças, os desenhos, a escolha das cores e a diagramação nos indicam a estética do grafismo bem humorado da época.


Rótulo de Cachaça

O termo CACHAÇA (aguardente extraída da cana de açúcar proveniente do Brasil) teve sua publicação no Decreto do Governo Federal n. 4.072/2002 para que fosse coibida a utilização do nome, por terceiros, em outros países. Aliar objeto de Indicação Geográfica brasileira ao design nacional poderá dar um samba bem legal em muitos carnavais.
Tim-tim para Brasil!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Falta muito para o futuro?

Quando se tem 15 anos, o futuro ainda é tempo verbal e tempo, é o que a gente mais tem pela frente. Com 15, eu só sabia que queria entrar para a faculdade, cursar desenho industrial, morar sozinha e viajar. Quando se planeja pouco, é menos complicado alcançar a meta. Naquela época, eu ainda tinha 4 dentes de leite, nunca havia levado fora de namorado - ainda não havia tido nenhum -, não me preocupava em não engordar e muito menos em envelhecer. Se não fosse pelo fato de estar privada do próprio dinheiro, sentiria nostalgia da minha pose de desafio ao futuro, aos 15 anos.
Six Gun Territory - Flórida.

O Fogão


Adoro eletro qualquer coisa que tenha botão, funcionamento e design bacana. Nem sempre a gente tem opção; meus fogões, por exemplo, nunca combinaram comigo e nem foram objeto de minha admiração. Mas, em setembro de 2003, a Electrolux depositou 4 pedidos de registro de desenho industrial no INPI. Fiquei fascinada pelos modelos e, quando finalmente lançaram os produtos, procurei saber quais as funções diferenciadas do tal Revolux. Não só não havia nenhum buraquinho inconveniente onde ficam os queimadores, como, também, possui um sistema que corta o gás se não houver chama. O maior charme, entretanto, são os modelos com dois fornos. Precisava comprar um, meu antigo estava um bagaço. Tomei coragem e paguei uma grana no modelo mais caro - que oferece todas as funcionalidades -; quando chegou, meu pai observou: "sua cozinha não combina com o fogão". Parecia um BMW na garagem de um conjunto habitacional de 50 anos atrás. Ah, coitado, tão deslocado! Realmente, ele estava certo, era preciso trocar toda a cozinha. Mas, quem se importa com um detalhe besta, quando se é proprietária de dois belíssimos fornos (um deles com grill)? Tamanha felicidade precisava ser dividida; providenciei, então, uma bela foto do possante e postei no perfil do meu msn. Essa Susanice proporcionou grandes gargalhadas na Gutta que, soluçando de tanto rirm protestou: "você é louca, no lugar de por foto sua, do namorado, do filho ou do gato, coloca foto de fogão!" De fogão, não, de puro design! Mas, não adiantou, sou uma incompreendida nas minhas idiossincrasias...ai, de mim!

domingo, 13 de março de 2011

Manhã de domingo

O telefone tocou, o prefixo era 071, um alô masculino já entabulando uma conversa. Comecei a falar enquanto pensava: quem é esse sujeito? Perguntei quem estava falando e ele respondeu: "estou rouco, mas tenta lembrar". Lembrar o quê? Já estava certa de que não conhecia aquela voz. A dica que ele deu foi: "alguém próximo". Senti um frio na espinha, seria algum vizinho? Torci para ser ligação errada, mas o número do telefone era o meu, mesmo. Ele continuava: "lembra de uma situação". Aí eu tive certeza, a ligação não era pra mim. Já imaginei qual tipo de situação ele se referia. Fiquei curiosa, mas não estava disposta a fazer nenhum joguinho; perguntei: você está falando com quem? A resposta foi estranha: "tenta". Tentar o quê, eu sei quem eu sou, ele é que não sabia! Finalmente ele deu outra dica: "consultório". Então a "situação" foi no consultório! Já estava às gargalhadas, mas fiquei com pena do sujeito e disse que ia desligar porque, definitivamente, um não conhecia o outro. Forcei a barra e exigi: fala, então, qual o meu nome. "Ana". Respondi, a Ana te enganou, deu meu número. Com voz de quem é pego com as calças na mão ele disse: "ainda bem que eu náo falei nada, estou tremendo aqui".
Rindo à beça, antes de me despedir, tentei saber que situação era aquela. Não obtive sucesso.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Boas idéias merecem ser copiadas

Nunca imaginei - e nem planejei - visitar Palma de Maiorca. A cidade era sinônimo de uns colares, brincos e pulseiras que possuo, nada mais. Fui convidada, em dezembro de 2010, para um aniversário na ilha espanhola e, como adoro programas não programados, antecipei minhas férias em uns dias, comprei passagem e euros e embarquei na aventura. Valeu a pena, Mallorca é belíssima! Suas construções mouras misturadas às européias são quase monocromáticas, mas não causam monotonia ao espectador; a harmonia dos tons de terra rosada mesclados ao céu, às árvores e ao mar impressionam o visitante.


Palma de Maiorca

A cidade é coalhada de praças, e, embaixo de uma delas (e além de uma única praça) há um estacionamento com um sistema genial para ajudar os motorias na árdua tarefa de procurar vaga.


O sistema tem o seguinte funcionamento: luz vermelha acima da vaga significa "alguém chegou antes de você", está ocupada; luz verde é vaga, mas o sujeito sempre procura outra mais próxima da saída desejada; e azul é para as vagas especiais, e são poucas.

Por que não copiam essa idéia por essas bandas? Não creio que haja atividade inventiva em um dispositivo de presença como esse. A idéia, sim, é original. Mas, como sabemos, idéias não são passíveis de proteção.

Natureza tem regras próprias

Descobri a legendária cidade submersa de Atlântida em alguma revista do Tio Patinhas. Fui criança fascinada por histórias fantásticas e torcia para que fossem verdadeiras. Meu quebra-cabeça de continentes - que adorava aos seis anos de idade - mostrava que a teoria de que o continente americano se deslocara do europeu e do africano poderia ser bastante plausível.
Na madrugada de hoje, recebi o aviso do jornal NY Times sobre o terremoto e tsunami no Japão. Assisti, horrorizada, as imagens do mar enlameado e imundo de destruição em Sendai, no nordeste do Japão. A cidade tem 1 milhão de habitantes e é chamada de "Cidade das Árvores". Infelizmente, agora ficará conhecida por sua devastação.
Alguns comentários de amigos no Facebook apontam o comportamento do homem como responsável pela fatalidade. O homem, de fato, pilha o planeta sem o menor pudor, mas será que temos culpa pelo deslizamento das placas tectônicas?
Nascida e criada à beira-mar, aprendi a amar, respeitar e temer as ondas. "Mar não tem cabelo", é o ditado popular. Não pude evitar o pensamento: 4 quadras do mar é "bolinho", diante de uma tsunami.




pintura em giz pastel (óleo), coberto com cola incolor - dezembro de 1973

Dia 1

No meu aniversário deste ano, meu pai me desejou todas aquelas coisas que um pai amoroso quer para a filha e acrescentou: "nunca pare de sonhar, filha!"
Talvez meu pai tenha um sexto sentido; mas, muito provavelmente, estamos conectados de uma certa forma. Na verdade, ele me lê sem que eu tenha que falar. Enfim, na roda gigante da minha vida, estou embaixo, com os cabelos - agora curtos - arrastando no chão. Oxalá meu parque de diversões tenha um propulsor possante para me elevar novamente!

Para me alegrar e comemorar meu aniversário, o meu querido amigo Miguel Cherfan criou uma Susana Pop Art. Adorei a surpresa.




Dedico a inauguração do meu blog a Lucia Motta e Leopoldo Coutinho, por me lançarem nesse mundo estranho de ser exposta à leitura de estranhos, ao meu pai, que me advinha, e ao Miguel, que usou seu talento e carinho para me alegrar.